ATA DA DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 19.05.1987.

Aos dezenove dias do mês de maio do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala das Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Terceira Sessão Solene da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada à entrega do título honorífico de Cidadã Emérita à Professora Tony Seitz Petzhold. Às dezesseis horas e trinta minutos, constatada a existência de "quorum, a Srª. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancadas a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver.ª Teresinha Irigaray, 1ª Vice-Presidente do Legislativo e, na ocasião, Presidente em exercício; Ver. Cleom Guatimozim, representando o Sr. Prefeito Municipal; Professora Tony Seitz Petzhold, Homenageada; Capitão Floriano Silva, representando o Cel. PM Jerônimo Braga, Comandante Geral da Brigada Militar; Professora Helene Rose Waimberg, representando o Professor Jorge Alberto Furtado, Diretor Técnico da FESC; Ver.ª Gladis Mantelli, 1ª Secretária do Legislativo. A seguir, a Srª. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade e concedeu a palavra aos oradores que falariam em nome da Casa. A Vereadora Gladis Mantelli, em nome do PMDB e do PC do B, destacou o significado da dança na história da humanidade, declarando-se honrada em prestar a presente homenagem à Professora e Bailarina Tony Petzhold. Afirmou o reconhecimento desta Casa e da comunidade ao trabalho da Homenageada, discorrendo sobre sua carreira. Ao final, congratulou-se com a Vereadora Teresinha Irigaray pela autoria da presente homenagem. O Ver. Aranha Filho, em nome do PFL, afirmou a magnífica figura humana que é Tony Seitz Petzhold, mencionando as diversas atividades exercidas por S. Sa. com simplicidade e sentimento. Discorreu sobre sua vida artística, afirmou a necessidade da formação de um Corpo Municipal de Baile e disse ser a Homenageada uma mágica da expressão corporal. O Ver. Antonio Hohlfeldt, em nome do PT, destacou as funções e o papel da Homenageada como agregadora do movimento de dança no Estado. Salientou o trabalho de Tony Petzhold como sindicalista, declarando a honra do PT em prestar homenagem a esta trabalhadora. E a Ver.ª Teresinha Irigaray, em nome do PDT, PDS, PCB e do Ver. Independente Jorge Goularte e na condição de Autora da proposição que originou a presente homenagem, falou sobre seu convívio e o de sua família com a Professora Tony Petzhold, dizendo que a presente solenidade teve origem no profundo sentimento e no reconhecimento pela pessoa da Homenageada. Falou sobre a atuação da Homenageada como mulher, bailarina e pioneira na área da dança, afirmando seu merecimento pelo presente título. A seguir, a Sra. Presidente convidou os presentes a, de pé, assistirem à entrega, pela Vereadora Teresinha Irigaray, do título honorífico de Cidadã Emérita a Tony Seitz Petzhold. Após, a Sra. Presidente concedeu a palavra à Homenageada, que agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Em prosseguimento, a Sra. Presidente disse do profundo orgulho desta Casa em prestar a presente homenagem, convidou os presentes a passarem à Sala da Presidência, convocou os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental e levantou os trabalhos às dezessete horas e sete minutos. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Teresinha Irigaray e Gladis Mantelli e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli e Cleom Guatimozim, o último como Secretário "ad hoc". Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

A SRA. PRESIDENTE (Teresinha Irigaray): Passamos a palavra à primeira oradora, Ver.ª Gladis Mantelli, que falará em nome do PMDB e do PC do B.

A SRA. GLADIS MANTELLI: A Sr.ª Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. Dança, essa manifestação tão misteriosa que está viva desde o início da história do homem, esse movimento harmônico que se expressa com o corpo, mas tem seu nascimento com a alma!

É com grande satisfação que, em nome do nosso partido, o PMDB, estamos hoje aqui para acrescentar mais um louro nessa aura de sucesso que se chama Prof.ª Tony Petzhold. Não é nenhum dever nosso essa homenagem; é uma obrigação de reconhecimento, de saudar e reverenciar esta mulher que ultrapassou as raias do comum para tornar-se um exemplo de luta e abnegação para coisas comuns, e, atentos a seu valor, prestamos-lhe essa homenagem de ilustre Cidadã Emérita.

Falar da Prof.ª Tony Petzhold seria impossível nesse curto espaço de tempo. Traço apenas pinceladas de sua vida artística para provar e justificar o real valor dessa grande mulher.

Ainda muito jovem, deu seus primeiros passos, os primeiros passos na expressão exata da palavra, sim, os passos da dança. Aos 21 anos assumiu a responsabilidade de por espetáculos da dança, tendo obtido grande sucesso. Fez cursos de especialização na Alemanha e, num processo de atualização constante, estudava novas técnicas e criava coreografias sempre com o objetivo de melhorar o ensino da dança e enriquecê-lo com novas propostas.

Na vida profissional, exerceu inúmeros cargos, entre eles o de Diretora Técnica e Artística dos colégios Sevigné, Americano e Instituto de Cultura Física, que passou a chamar-se Escola de Bailados Clássicos Tony Seitz Petzhold. Foi coreógrafa da TV Piratini e fundadora do "Sexteto de Dança", do Porto Alegre Ballet e do Ballet Phoenix, juntamente com Walter Arias. Trouxe para atuar em nossas escolas de balé professores estrangeiros, com o propósito de enriquecer nossa arte e proporcionar maior aperfeiçoamento a seus alunos. Criou inúmeras obras coreográficas importantes, entre elas, A Dança das Horas, A Bela Adormecida, Rapsódia in Blue, Quebra Nozes, Concerto de Vivaldi e muitas outras.

Pelo reconhecimento ao seu trabalho, recebeu inúmeras premiações, e hoje, aqui, temos a honra de lhe conferir mais este título honorífico, que simboliza o nosso apreço, nosso carinho e nosso reconhecimento pelo trabalho e dedicação da Prof.ª Tony para com a arte e a cultura de nossa cidade.

Temos a consciência de que esta homenagem é muito singela em relação ao que representa para nós toda a trajetória da Prof.ª Tony. No entanto, temos a certeza de que as várias gerações que passaram por sua escola, guardam por ela um carinho muito grande. Isto talvez seja o mais gratificante.

Neste momento, congratulamo-nos com a Ver.ª Teresinha pela feliz idéia de outorgar este título à Prof.ª Tony, idéia esta que prontamente foi acolhida e aprovada pelos demais Vereadores desta Casa. Muito obrigada.

(Revisto pela oradora.)

A SRA. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito é o Ver. Aranha Filho, que fala pela Bancada do PFL.

O SR. ARANHA FILHO: Senhores e Senhoras. Homenagear a professora e bailarina Tony Seitz Petzhold nesta Sessão Solene e que a Casa do Povo de Porto Alegre condecora uma verdadeira artista é uma incumbência honrosa e particular privilégio, reconhecendo a eminência do posto que me foi confiado pela Bancada do Partido da Frente Liberal para saudar uma porto-alegrense tão virtuosa e digna, magnífica criatura humana que vem oferecendo ao Rio Grande do Sul e ao Brasil valioso trabalho cultural que atravessa gerações.

Bailarina, professora, coreógrafa e intérprete de diversos trabalhos que atingem todas as idades, traduzindo grande capacidade profissional e imagem de uma autêntica figura do nosso patrimônio cultural.

Na sua simplicidade, na sua espontaneidade, Tony Petzhold faz tudo o que pensa e sente, tudo o que se passa no seu espírito e no seu coração ela registra em sua dança despretensiosa e comunicativa. Ela extravasa e descerra as cortinas da sua alma e a gente vê e sente a própria dança.

Não vou ser repetitivo em narrar os dados biográficos da nossa homenageada, preferindo deixar essa fácil, farta e justa tarefa à Vereadora Teresinha Irigaray - autora do Projeto de Resolução -, que tão bem qualifica, em sua Exposição de Motivos, o brilhante "curriculum" da Professora Tony.

Assim mesmo, resolvemos pinçar alguns dados para resumir e enfatizar, ao mesmo tempo, a valoração da pessoa humana que hoje recebe este merecido título honorífico:

Formada em Educação Física, possui os cursos de "Ballet" Clássico e Dança Moderna Espanhola, feitos na Alemanha. Tem cursos de atualização em Buenos Aires e Rio de Janeiro. Aos 16 anos, foi assistente da Prof.ª Mina Black, nos Institutos Americano e Sevigné. No ano de 1935 - durante as comemorações do Centenário da Revolução Farroupilha - obteve grande sucesso apresentando "A Dança das Horas", que também marcou temporada no Theatro São Pedro, nesse mesmo ano. Entre as obras mais importantes, coreografadas por Tony Petzhold, podemos, facilmente, relacionar mais de 40. Todas estas obras nos mostram qualidades bem expressas de quem, há 52 anos, dignifica nossa arte.

Esperamos que, ao vivenciarmos seu trabalho, nossa sociedade e principalmente a municipalidade de Porto Alegre resolva implantar um Corpo de Baile do Município.

Pessoalmente, como Vereador, já apresentei um Projeto de Lei, em 1984, tentando criar a Escola de Dança Oficial do Município, a qual seria o manancial do surgimento de artistas amparando grande número de jovens artistas de nossa terra que teimam, na sua bela vocação, em se dedicar às artes. Essa escola receberia do Executivo o espaço físico para os exercícios de dança e ensaios, de aulas teóricas, para banheiros, vestiários e serviços administrativos. A escola, pelo art. 4º do Projeto, formaria o Corpo de Baile do Município de Porto Alegre e diplomaria coreógrafos, bailarinos e professores de dança num curso de oito anos.

Familiarmente, sinto-me à vontade e entusiasmado, pois minhas filhas e minha esposa se dedicam à bela arte do balé e nos orgulhamos de admirar a imensa criatividade da Prof.ª Tony em prol da dança no Brasil.

A Senhora é uma mágica da expressão corporal. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTA: Para homenagear a nossa querida Prof.ª Tony Seitz Petzhold, daremos ao Partido dos Trabalhadores, através do seu digno representante na Casa, Ver. Antonio Hohlfeldt, a palavra.

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Ver.ª Teresinha Irigaray, 1ª Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos da presente Sessão; Ver. Cleom Guatimozim, Líder do PDT nesta Câmara, neste ato representando o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, Dr. Alceu Collares; Prof.ª Tony Seitz Petzhold, homenageada; Capitão Floriano Silva, representando, neste ato, o Cel. PM Jerônimo Braga, Comandante Geral da Brigada Militar; Prof.ª Helene Rose Waimberg, representando, neste ato, o Diretor Técnico da FESC, Prof. Jorge Alberto Furtado; Ver. Gladis Mantelli, 1ª Secretária da Câmara Municipal de Porto Alegre; minha querida Tony.

Os Vereadores que me antecederam destacaram aqui as qualidades pessoais, individuais tuas. Eu, em meu nome pessoal e do Partido dos Trabalhadores, gostaria de relembrar, sobretudo, as funções e o teu papel como trabalhadora de dança que és, que tens sido, em todo o tempo em que exerceste esta profissão e esta tarefa.

Na verdade, Tony, hoje me dividiste e me fizeste quebrar uma posição que eu e minha companheira suplente do PT temos mantido nestes últimos dias. Nós decidimos, como posição política de apoio à greve dos municipários, que julgamos justa, não comparecermos às Sessões Solenes da Casa. Mas, de repente, se colocou a tua homenagem, que entendemos uma homenagem fundamentalmente a uma trabalhadora, a qual não poderíamos nos fazer ausentes.

Por isso, Tony, não vamos nos estender em discursos, mas queremos relembrar, aqui, a importância do teu trabalho como agregadora do movimento de dança no Rio Grande do Sul, depoimento que trago de maneira pessoal porque tive, inclusive, a oportunidade de te conhecer não apenas como a Diretora, a fundadora de vários grupos de dança, mas sim aquela pessoa que sempre esteve preocupada em reunir todas as academias, todas as escolas, em fazer um movimento que buscasse, realmente, a maioridade da dança no Estado do Rio Grande do Sul.

Em determinado momento, tive a oportunidade de conviver com Tony Seitz Petzhold dentro de um grupo, de um organismo, a CEAC - Comissão Estadual de Artes Cênicas, onde a Tony representou a dança. Foi de uma atividade, objetividade e defesa intransigente dos interesses do setor de dança que realmente marcou dentro de nossa Comissão. Por isso trago essa nossa pequena participação, não me estendendo em discurso, mas apenas destacando a importância de teu trabalho no movimento de dança do Rio Grande do Sul.

Por fim, não poderíamos ficar ausentes desta homenagem, mesmo quebrando uma decisão política nossa de não participarmos de sessões solenes. Entretanto, destacamos teu trabalho como o de uma sindicalista, de uma pessoa que empenha seus esforços na criação do Sindicato dos Profissionais de Artes Cênicas do Rio Grande do Sul, talvez o sindicato mais novo de todo o Estado e o mais combativo. Ficam nossas palavras e o meu carinho pessoal com grande apreço por tua pessoa e por teu trabalho. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Teresinha Irigaray): Solicito à Ver.ª Gladis Mantelli que assuma a Presidência dos trabalhos para que esta Vereadora faça uso da palavra.

A SRA. PRESIDENTE (Gladis Mantelli): Com a palavra, a Ver.ª Teresinha Irigaray, que falará em nome do PDT, PDS, PCB e pelo Ver. Jorge Goularte, independente, além de ser a autora da homenagem.

A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Sr.ª Presidente, Ver.ª Gladis Mantelli, Ver. Cleom Guatimozin, representando o Sr. Prefeito Municipal neste ato; Prof.ª Tony Seitz Petzhold, nossa querida homenageada; Capitão Floriano Silva, representando, neste ato, o Comandante Geral da Brigada Militar; Prof.ª Helene Rose Waimberg, representando o Diretor Técnico da FESC; Srs. Vereadores, familiares, funcionários da Casa e profissionais de Imprensa, bem como alunos das escolas de dança, amigos da nossa homenageada.

Muito já foi dito sobre a Tony pelos oradores que me antecederam. A Ver.ª Gladis Mantelli falou sobre suas qualificações e seu currículo. O Ver. Aranha Filho saudou de uma maneira pessoal e terna e falou sobre o possível Corpo de Baile de Porto Alegre. O Ver. Antonio Hohlfeldt falou sobre a condição de mulher lutadora, de trabalhadora, mas eu falo para a Tony com a emoção que o tempo me traz aqui, neste Plenário, emoção que vem de muitos anos de convívio, não de um convívio assíduo, mas de um convívio fraterno e familiar, onde os Irigarays confraternizavam muito através das filhas que eram alunas da Prof.ª Tony. Confraternizavam dentro de uma academia e dentro de uma casa de família. Confraternizavam com a Taís Virmond, que está aqui presente. Confraternizavam com os familiares de Lígia Pratini de Morais através das suas filhas, da Vera Pratini, enfim, o que me liga, neste momento, à Prof.ª Tony não é a saudação à mulher equilibrada, à mulher estruturada, à mulher qualificada, à mulher nacional, internacionalmente conhecida. O que me liga é algo trazido na palavra da emoção, porque falar para Tony é falar sobre o passado, sobre o presente desta mulher e sobre o que ela ainda poderá nos ofertar em matéria de futuro. Falar para Tony, neste momento, é falar da ternura que eu sinto por ela. Falar para ti, Tony, neste momento, é deixar minha alma de joelhos pela emoção e pelo amor que eu tenho e o reconhecimento a tua capacidade e a tua pessoa como mulher lutadora. Falar sobre Tony é ficar emocionada dentro de uma vida que eu sei que foi árdua, sei que foi difícil, sei que foi cheia de sofrimento. Falar sobre a Prof.ª Tony é saber que ela abriu caminho, abriu espaços dentro de contingências talvez discriminatórias, como qualquer mulher lutadora sabe disso. Falar sobre Tony é falar de uma vida toda de trabalho e de reconhecimento que a mulher deve lutar e objetivar o seu destino. Acho que, neste momento, falar de Tony é falar da vida de uma mulher, como disse o Antonio, que muito lutou, de uma trabalhadora que foi considerada e é considerada pioneira dentro do campo cultural, pioneira dentro do campo da arte, pioneira dentro do campo do balé. Falar de Tony é falar de uma mulher que talvez tenha enfrentado toda uma sociedade, todo um preconceito contra as mulheres que queriam abrir os seus espaços. Falar de Tony é falar da luta de uma mulher. Falar de Tony é falar de uma mãe amantíssima. Falar de Tony é falar de uma amiga exemplar. Falar de Tony é falar de uma mestra dedicada. Falar de Tony é lembrar dos espetáculos maravilhosos que ela oferecia no Theatro São Pedro. Falar de Tony é lembrar a coreografia brilhante, cintilante, cheia de mistério e de suavidade, cheia de técnica com que a Prof.ª Tony sempre homenageava a Cidade de Porto Alegre através dos seus espetáculos. Falar da nossa homenageada, neste momento, falar da Tony Seitz Petzhold é uma homenagem à sua capacidade como mulher, é uma homenagem ao seu talento com professora. Falar de Tony é prestar uma homenagem ao brilhantismo incontestável da nossa Cidadã Emérita. Falar de Tony é uma homenagem, Ver. Aranha Filho, à cultura da Cidade de Porto Alegre. Falar de Tony, Ver. Antonio, é homenagear com emoção, é homenagear, Ver.ª Gladis, com ternura, é homenagear, senhores do Plenário, com sentimento e com carinho uma pessoa que está na nossa frente e que já deu tudo e terá muito ainda, talvez, por dar à Cidade de Porto Alegre. Porque saudar Tony não é saudar a Cidadã Emérita de Porto Alegre que neste momento recebe o título que foi aprovado por unanimidade nesta Casa, mas saudar Tony, nesta hora, é saudar uma cidadã do mundo. Por isso, Tony, neste momento, me sinto não pequena, mas eu recolho um pouco desta minha emoção, porque o meu coração está transbordando desta ternura por ti, porque tu fazes parte da minha família, tu fazes parte do meu elo familiar, tu fazes parte da minha mocidade, da minha adolescência, tu fazes parte das reuniões da casa dos meus pais, tu fazes parte do meu contexto familiar com todos os meus familiares vivos, tu fazes parte do brilhantismo de uma cidade, tu fazes parte da capacidade de um povo, tu fazes parte da cultura de Porto Alegre, da cultura do Brasil, porque tu és a própria representante dela. Então, ao te entregarmos, neste momento, este título, a Câmara Municipal de Porto Alegre, através da sua Vereadora e de seus Vereadores, nada mais estará fazendo do que um tributo, o resgate, conforme disse a Ver.ª Gladis Mantelli, para ti, que és merecedora, porque reúnes, Tony, em tuas mãos pequeninas, sílfides, toda a técnica, toda a sensibilidade, toda a arte dessa maravilhosa técnica que se chama balé. Nós estamos aqui para te homenagear, Cidadã Emérita de Porto Alegre, cidadã do mundo, cidadã internacional que tem o nosso carinho, a nossa amizade, todo o nosso amor e toda a ternura desta Casa. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

A SRA. PRESIDENTE (Gladis Mantelli): Convidamos a todos para que, em pé, assistam à entrega do título de Cidadã Emérita a nossa homenageada. O título será entregue pela proponente, Ver.ª Teresinha Irigaray.

(O título é entregue à homenageada.) (Palmas.)

Passo os trabalhos novamente para a Ver.ª Teresinha Irigaray.

A SRA. PRESIDENTE (Teresinha Irigaray): Com a palavra, a nossa homenageada Tony Seitz Petzhold.

A SRA. TONY SEITZ PETZHOLD: Com a sua licença, Sr.ª Presidente, eu vou dispensar a nominata individual dos presentes. Caríssimos Vereadores, Vereadora e amiga, meu amigo em especial, que me conheceu lá no fundo do meu peito, o Ver. Antonio, meus amigos, meus senhores, minhas senhoras, meus alunos, minha família.

Muito emocionada, não me cabe, neste momento, um longo discurso, porque eu não vim preparada realmente para isso. Quando nos cobrem elogios, morrem as palavras em resposta. Eu ofereci apenas a vocês o meu trabalho, o meu estigma. Nasci cunhada para esse trabalho que tenho feito através dos tempos. Estou emocionada porque ouvi falar numa coisa que eu pensei ser o último desejo. Já não é mais meu último. Já tenho outro agora: a criação do Corpo de Baile para esta Cidade, para o grande número de bailarinos que estão prontos a assumir. Escolas nós temos em profusões. Infelizmente, a arte da dança é chamada de arte de elite, porque as escolas são particulares. Todas as áreas culturais, tanto na área federal, estadual ou municipal, têm a sua escola, o seu campo de aprendizado normal, menos a dança. É órfã na tempestade. Ela vive borboleteando, trabalhando, lutando. E conscientemente continua, porque acredita que um dia será realidade o nosso sonho de tão longa data, não é verdade? Com a escola de dança nós daríamos privilégios a pessoas bem dotadas artisticamente, fisicamente, emocionalmente, enfim, bem dotadas para a dança, mas que não têm o numerário suficiente para freqüentar as escolas particulares que, hoje em dia, cobram um preço relativamente alto para quem tem que pagar e baixo para quem tem que sobreviver nessa área. Os aluguéis são caríssimos. Os professores não se contentam nem podem viver com muito pouco. Água, luz, telefone, tudo sobe. Então, nós vivemos numa luta titânica constante. Mas eu acredito que, dentro das propostas, nós vamos alcançar o mínimo ou o máximo. Não sei se devemos partir da escola para o corpo de baile, mas me parece emergência o corpo de baile, porque temos uma plêiade de bailarinos que, através de concursos nacionais, têm obtido as melhores classificações e mereceriam ter um ponto de trabalho remunerado. Senão, vai-nos acontecer o que tem acontecido durante todos esses longos anos, quando perdemos os melhores elementos porque esses têm que procurar um campo de trabalho remunerado, seja em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro. Nós teríamos nossos gaúchos trabalhando na nossa terra, na nossa Porto Alegre, na nossa mui, mui, mui amada Capital.

Muito obrigada aos Senhores todos pelas belas deferências. Talvez eu não mereça tanto, mas, em nome da dança, quero agradecer, profundamente emocionada, esta homenagem que recebi hoje. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

A SRA. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos os convidados e convoco os Srs. Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã à hora regimental.

Estão levantados os trabalhos.

(Levanta-se a Sessão às 17h07min.)

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